'É uma cicatriz que não se fecha': produtores de Nova Friburgo usam técnicas sustentáveis para evitar que tragédia se repita 13 anos depois

  • 06/09/2024
Há 13 anos, uma grande tempestade causou deslizamentos de terra e mais de 900 pessoas morreram. Agricultores usam medidas para evitar a erosão do solo e melhorar a absorção de água. A recuperação na região serrana do RJ, treze anos depois da tragédia ambiental Há 13 anos, uma grande tempestade devastou a região serrana do Rio de Janeiro, em uma das maiores tragédias ambientais do Brasil. Para se reerguer e evitar que a história se repita, agricultores de Nova Friburgo usam técnicas sustentáveis de manejo. Confira a reportagem no vídeo acima. As chuvas causaram 947 mortes, deixaram mais de 300 desaparecidos e destruíram dezenas de áreas de plantio no município, com cerca de 5 mil famílias de pequenos produtores. "A autoestima da gente foi tirada de forma repentina", lembra Lyndon Jhonson Ferreira. O agricultor e sua esposa, Margarete Satumi, são donos de um sítio de 5 hectares. Na época, toda a parte produtiva da propriedade virou um banco de areia, contam. "Só quem viveu uma tragédia sabe como marca a gente. Foi o momento que a gente renasceu, como pessoa, profissional, como mãe. É uma cicatriz que não se fecha", diz Margarete. Diante da destruição, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) deram suporte técnico para a reconstrução das lavouras. Os agricultores implementaram a adubação verde, na qual são plantadas espécies que melhoram a fertilidade do solo, o descompacta e proliferam fungos e bactérias benéficas. Além disso, também houve investimento em estufas e racionalização do uso da água. Essas medidas ajudam a evitar uma nova tragédia, uma vez que o solo exposto em regiões montanhosas pode sofrer compactação, erosão e desabamento. Ainda assim, o solo não voltou completamente ao normal, afirma o agricultor Rodrigo Ferreira, que adota as mesmas técnicas. "Mas agora já tem uns anos que não alaga por aqui, a gente acredita que a terra está melhorando e a tendência é voltar ao normal", diz. Resistência às mudanças O desafio de produzir alimentos em áreas de montanha Muitos agricultores da região ainda não adotaram as medidas recomendadas pelos técnicos. A equipe do Globo Rural encontrou 2 grandes áreas com movimentação de terra nos morros, o que é ilegal: todo topo de morro é área de preservação permanente, ou seja, desmatar é crime. Confira a segunda parte da reportagem no vídeo acima. Uma das propriedades encontradas tinha uma placa da prefeitura de Nova Friburgo com o processo de licenciamento ambiental. O local possui sinais de que a mata foi arrancada e do início de um trabalho para aplainar o topo do morro. Em nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Sustentável disse que fez uma vistoria técnica depois do contato da equipe do programa, em 12 de agosto, e encontrou ações em desacordo com a licença emitida. Em resposta, o órgão vai embargar a obra, aplicar multa e reparação dos danos causados ao meio ambiente. A segunda área em que foi constatada terraplanagem deve passar por vistoria, informou a secretaria.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-rural/noticia/2024/09/06/e-uma-cicatriz-que-nao-se-fecha-produtores-de-nova-friburgo-usam-tecnicas-sustentaveis-para-evitar-que-tragedia-se-repita-13-anos-depois.ghtml


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